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Lei do Terço

airplane

Dr. Irany Novah Moraes

Foi professor da USP, é Médico e Editor do

TRATADO DE CLÍNICA CIRÚRGICA,

335 col. Roca, 2005.

Em 1958/1959 usufrui uma bolsa de estudos do Governo Francês / Capes na Universidade de Strasbourg, na Alsácia. A Segunda Guerra Mundial havia terminado em 1945 e a, guerra fria, iniciada em 1947, estava no auge. Todas as bases militares americanas sediadas na Europa mantinham-se em alerta constante.

A estratégia para minimizar eventual ataque aéreo de surpresa, obedecia ao que chamavam de lei do terço que implicava na permanente manutenção fora da base de um terço da frota. Assim, os aviões ficavam no ar preparados para bombardear, imediatamente, o inimigo.

Era inverno, frio de – 20°C, muita neve, dias curtos, sombrios, o sol não aparecia e noites muitos longas. Os aviões da base militar próxima iam e vinham até a Checoslovaquia. Produziam um ruído tenebroso, intermitente, durante o tempo todo. Era lúgubre e melancólico, mas no íntimo sentia-se que estavam para nos proteger.

Hoje, em plena paz, temos em São Paulo os efeitos deletérios de nossas aerovias que passam sobre bairros estritamente residenciais, mesmo distantes do Aeroporto de Congonhas, como no caso do Alto dos Pinheiros, onde aviões e helicópteros passam a baixíssima altura, seja pela manhã, tarde, noite ou madrugada. Há momentos que se tem a impressão de estarem dentro de casa!

É obvio que o problema tem solução, basta que as aerovias passem pelos rios, grandes avenidas, bairros industriais, comerciais, ou ainda até mesmo sobre áreas residenciais, em níveis mais elevados, e distribuindo o ruído homogeneamente entre todas.

A lei do terço era para proteção; nós temos a lei dos três terços para agressão.

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